domingo, 19 de abril de 2009

Entrevista com Ivan Huol

Segue a entrevista que fiz com o músico Ivan Huol, baterista e percussionista do Grupo Garagem e idealizador do projeto Jam Sessions. Desculpem-me a demora em publicá-la.
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“Eu me considero uma pessoa fadada à música”. Com quatro anos de idade, ele fez sua primeira apresentação em público. Na adolescência, já era íntimo dos instrumentos que lhe deram fama e notoriedade no meio musical: a percussão e, posteriormente, a bateria. Com uma trajetória de vida sempre ligada à música, Ivan Huol é um músico versátil e apaixonado pelo que faz. Chegou a cursar Comunicação na Universidade Federal da Bahia (Ufba), mas passou, pouco tempo depois, para a Escola de Música. Huol é baterista do grupo Garagem, banda instrumental de jazz, com quase 29 anos de estrada, e que tem no currículo apresentação fora do país (em Los Angeles, Estados Unidos). Paralelo à banda, o músico é idealizador do projeto Jam Sessions, que acontece sempre aos sábados, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), atraindo cada vez mais público. Nessa entrevista, Huol mostra-se atento aos paradigmas da cena alternativa, tema do bate-papo que aconteceu no intervalo de sua apresentação de jazz no bar Ex-Tudo. Sempre frenético, ele fala, de maneira apaixonada, das contradições do mundo da música e dificuldades enfrentadas por bandas que lutam para consolidar movimentos e galgar um lugar ao sol que ilumina o disputado main stream. Ele comenta as recentes declarações de Caetano Veloso e analisa grupos de pagode, como o Fantasmão e Psirico. Aqui, o músico ainda tece elogios e críticas aos governos baianos – disparando contra os carlistas - e ao público, que está sempre no foco de Huol. O também mentor do Microtrio, que anima o folião alternativo nos carnavais, leva a sua paixão pela música à sério, e avisa: “eu acredito na música como um verdadeiro negócio”.
Renata Alves – Para começar, conte como entrou na carreira musical e a história do grupo Garagem.

Ivan Huol – Olha, eu nem me lembro. Eu pegava uma guitarra de brinquedo e ficava interferindo nas festinhas de aniversário. Tinha quatro anos. Uma tia minha, baseada nessas performances de quatro anos de idade, me convidou para fazer o teste da Hora da Criança. Eu fiz o teste e fui escolhido o tenor. E foi uma honra, eu com sete anos – pô, uma honra é demais, né? Mas foi maravilhoso, foi uma experiência única, eu cantando Castro Alves com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal. Depois eu conheci, então, através de minha irmã, um dos percussionistas mais notórios, que é o Ary Dias, baterista e percussionista da banda A Cor do Som. Ele, naquela época, era meu farol. Ary fez sucesso, as meninas gostavam dele, então eu também poderia ter minhas meninas (risos). Foi esse primeiro contato que eu tive com o instrumento. Paralelo a isso, eu sempre fui muito apaixonado por música, independente de tocar ou não, mas, como eu tive iniciação com a bateria, eu me achava o cara mais descolado do pedaço, mas não tocava. Então, eu hibernei dos nove aos dezesseis, dezessete anos sem nenhum contato com o instrumento. Quando eu via uma bateria, meu coração saia pela boca, de emoção. Não é emoção, é paixão, é medo. Eu tive muitos tempos de depressão musical. Eu tocava, depois achava que não tocava... A gente sempre fica nessa gangorra. Já o Garagem começa de uma conversa, na Escola de Música [da Universidade Federal da Bahia] entre eu e Rowninho [Rowney Scott]. Teve um baixista chamado Ângelo, que nunca seguiu carreira. Eu me apaixonei pela percussão, mas sempre olhando a bateria de canto de olho, porque eu sabia que precisava me expressar na bateria também, que é um instrumento mais de liderança, nesse formato instrumental. E aí, com pouco tempo, Ivan Bastos entrou no baixo e vários guitarristas tocaram. O grupo fez uma carreira de quase sucesso total, porque tocamos no Free Som com muitos grupos do Norte-Nordeste classificados. Era um vestibular pro jazz.
R – E a Jam Sessions? Como e quando surgiu a idéia desse projeto?

I – Acho que foi em 1991, mais ou menos. As Jam Sessions eram feitas em minha casa, como reuniões dominicais. O espaço ficou pequeno, e aí fomos para o Icba, onde começou a juntar gente, chegando em uma estimativa de 400 pessoas, uma maravilha. No MAM começou, se não me engano, final de 1992. Depois de oito anos, com o projeto no auge, o governo não democrático resolveu cancelar a Jam por seis anos. Trocou o governo, e eu na espreita, porque assim que pudesse, eu entraria com a proposta. Aí conseguimos o patrocínio e a Jam, então, esse ano, em agosto, vai fazer dez anos. Se você contar, são oito anos da outra gestão e mais dois anos dessa. Nossa estimativa de público era de 300 pessoas e foi, primeiro dia, 725 pessoas. Segundo dia, oitocentas e tantas, depois 1200, depois 1500... Chegou a 2500 pessoas.
R – Na sua opinião, o público alternativo de Salvador aumentou? Acha que o governo está atento a essa tendência, ou esta é incentivada pelo Estado?

I – Na verdade, eu acredito que o governo já faz porque tem em mente que existe esse público. Não é paternalismo, eles estão fazendo o que eles têm que fazer mesmo. E o público está indo, isso até para valorizar ainda mais essas iniciativas. Porque existe um dirigismo, não nesse governo, mas em políticas culturais. “Então o povo precisa ouvir poesia”. Que poesia? “Ah, o público precisa ouvir boa música”. O que é boa música? Eu estou por aqui com a cultura baiana, que menospreza, repetindo o mesmo padrão de cinquenta anos atrás, as manifestações que vêm das massas. A gente está sempre repetindo esse clichê, que não tem cultura...uma ova! A gente é que não tem a mente aberta pra dizer que tem uma outra cultura. No primeiro momento, todo mundo discrimina, depois ficam todas as burguesinhas dançando na boquinha da garrafa. O establishment e o main stream funcionam assim. Agora tem o Fantasmão, né?
R – Tem. Caetano Veloso, em post no seu antigo blog, teceu elogios ao pagode baiano, citando Fantasmão e Psirico. Você acha que está acontecendo uma aproximação entre o meio alternativo e os movimentos de cultura de massa? Há uma diminuição do preconceito?

I – Eu acho que a classe média está muito mais afinada com José Serra, em certo sentido, do que com Lula. Eu acho que, justamente por isso, Caetano sobe nas tamancas pra falar. Agora, essa conversa é antiga. Desde o tempo em que ele botou guitarra na mpb, disseram que ele estava acabando com a música, tirando as características... O Fantasmão, que eu mal conheço, não ouvi e já gostei. Claro que eu não sou hipócrita, eu não vou comprar um disco de Fantasmão e ficar ouvindo em minha casa. Mas a música se presta a um determinado papel. Você não vai para um concerto de música erudita para balançar o esqueleto, ao mesmo tempo que você não vai para o show Psirico ficar ouvindo a performance de Márcio Vitor. Márcio Vitor não canta duas notas. Aí, nesse ponto, eu tenho minhas críticas ao pagode. Dois minutos de Psirico tem mais energia que dez minutos de uma balada instrumental. Nossa...eles estão fazendo impressionismo do que é o instrumento. Eu tive um momento na minha trajetória, que a gente foi tocar em Plataforma, com o grupo Mandaia e Armandinho. E antes, tinha apresentação de um grupo de pagode. O pessoal disse: "olhe, esperem aí que os grupos de pagode sempre se apresentam. Mas não levem a mal, não, é que eles não têm cultura". Quer dizer, cultura é a nossa, e a deles não é, né? Eu acho que Caetano está na contramão da burrice. Agora, não estou embasbacado.
R – Já que falou sobre Carnaval, quero saber do Microtrio, que está ali na porta. Como surgiu a idéia, como pensam o repertório...

I – O Microtrio é aquela história de “já que Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé”. A gente toca o que a gente quer. Por incrível que pareça, nossa gestão ali acaba favorecendo um repertório que as pessoas se identificam. Impressionante a gente cantando “Have You Ever Seen The Rain”, do Creedence Clear Water Revival. Mas a turma, não sei se você estava na hora...
R – Estava sim...

I – Porra...eu vou deixar de tocar essa música, porque politicamente eu tenho que tocar músicas de Toquinho e Vinícius? Se for o caso, a gente toca. E aí começamos a flertar com o núcleo de carnaval. Quando fizemos o Microtrio, que a gente começou a cantar, por exemplo, “A banda da Carmem Miranda”. Naquele momento ali, era politicamente correto, porque essa música foi riscada do mapa. Riscaram um marco, uma expressão tão bonita. A gente não está fazendo um resgate. A música é coerente com a folia.
R – Pensando na cena alternativa, comparando o passado com o presente, como é que você imagina esse cenário para quem toca ritmos como jazz e rock? Você acha que, para esses movimentos, em termos de público e iniciativa pública e privada, pode melhorar?

I – Eu não acredito na iniciativa privada, não espero nada dela. Na pública, eu acredito. Mas eu acho que a gente tem que tomar as rédeas. É o músico que tem que tomar conta dos meios de produção, não é ficar esperando que um cara do governo vá investir. É um negócio, eu acredito na música como um verdadeiro negócio.
R – E no público baiano, você acredita?

I – Piamente, claro. Mas agora, temos que deixar essa mentalidade de extorquir dinheiro das pessoas. Passa o chapéu e as pessoas pagam.
...
[Muito obrigada a Ivan Huol, pela entrevista e simpatia]

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eufemismos

"...Hey Satan! Paid my dues
Playin' in a rockin' band
Hey Mama!
Look at me
I'm on my way to the promise land..."


Você gostaria de ser enterrado ao som desse clássico do AC/DC? Eu não, e acredito que a maioria compartilhe da mesma opinião, a não ser Ozzy Osbourne. Pois bem, acreditem ou não, essa canção está no topo da lista de músicas mais tocadas em enterros ocorridos no Reino Unido. Na frente de um dos maiores hinos do rock'n'roll, está "My Way"*, de Frank Sinatra, que ficou em primeiro lugar, o que é até compreensível. My Way tem todo um ar saudosista e - ponto importante - tem melodia fúnebre.
Outra bizarrice desse ranking é "Another One Bite The Dust", do Queen. Se pelo menos a letra pudesse ser adaptável ao clima tenso de uma morte, tudo bem, mas como se toca uma música dancente enquanto se canta: I'm standing on my own two feet/out of the doorway the bullets rip/repeating to the sound of the beat?
Entre todas as músicas que aparecem na matéria, divulgada pela AFP de Londres, a que escolheria para o meu enterro é "Unforgettable", de Nate King Cole. Cantada, logicamente, pela sua filha, Natalie Cole, dona de uma voz incrível. A letra parece ter sido escrita em um contexto amoroso, mas serve a esse momento. Veja o vídeo:





Para ser sincera, a canção da minha partida (adoro eufemismos!) seria "Vivo de novo", do Gram. Ela é toda sugestiva, a começar pelo título. Não precisava mudar nada, melodia, letra, nada:



A música acaba se prestando, também, a esses papéis.

segunda-feira, 13 de abril de 2009


Presidente da Bolívia faz greve que fome para conseguir aprovação de lei! Evo Morales já está há cincos dias só com chá de camomila (isso é o que dizem) e , segundo seu médico, passa bem. Ninguém que passa cinco dias sem colocar qualquer alimento na boca passa bem.

Pense em um absurdo. Na Bolívia é pior. Parafraseando Otávio Mangabeira, chega a ser bizarro pensar que um presidente fez greve de fome para conseguir aprovar uma lei. Vocês conseguem imaginar o absurdo que é essa situação. Democracia pra quê? Ao menos o Evo usou um jeito menos convencional de coersão, e mais sutil, por incrível que pareça. Alguém precisa impor limites aós líderes latino-americanos que fazem mal uso do socialismo.
Queria muito poder dizer que é uma criança grande, que faz bico quando não tem suas vontades atendidas. Mas é tudo mais grave e complexo que isso, óbvio. É o monstro do assitencialismo/continuismo que assombra a América Latina. Nem me venha falar da esquerda na América Latina.

O pior caminho para diminuir as desigualdades no Brasil é o paternalismo de Lula. O tal do socialismo do séc. XXI nunca foi tão bem sucedido. Latino-americanos, uni-vos contra o cabresto!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Nave


Algo a se fazer no sábado.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Salvem o jornalismo

Foi adiada para o dia 15 de abril a votação sobre o destino da Lei de Imprensa, teoricamente (apenas!) em vigor desde 1967. É evidente o absurdo de se manter qualquer lei que tenha sido engendrada no seio na ditadura, sob mordaças e tudo o mais. Parece que o que mais se comenta é o destino a ser dado às punições para as infrações jornalísticas. Os Códigos Civil e Penal não dão conta das espeficidades da profissão, além de serem um prato cheio para quem deseja (e sempre haverá esse tipo de gente) dificultar o exercício do bom jornalismo.
Para quem é da área, no entanto, o debate mais ansioso é sobre a obrigatoriedade do diploma nos meios de produção de comunicação. Vou passar por cima do meu corporativismo e apenas avisar que a qualidade da mídia está diretamente ligada à qualificação jornalística do profissional que a mantém. Mas a questão é muito mais profunda do que parece. Não creia que defendo o lugar dos que têm o canudo em Jornalismo. Defendo sim a qualidade dos cursos e uma fiscalização mais rígida sobre aqueles que jogam no mercado profissionais sem a menor competência. É por isso que chegam economistas e advogados para assumir o nosso lugar.
É pano pra manga...mas agora preciso dormir, pois amanhã acordo cedo para mais um dia de luta por um espaço no injusto mercado de trabalho.

terça-feira, 31 de março de 2009

Acho que o governo deve parar de colocar a culpa na população pelas doenças que estão assolando a cidade. Quase 69 casos de mortes por dengue. De meningite, este ano, já se foram cerca de 19 pessoas. Quando o problema começa a chegar perto, todo mundo logo se agita, reclama, começa a cobrar. Já estava mais que na hora.

Não existem agentes endemistas suficientes, e ainda vem a construção civil derrubar mais matas para construir shoppings e edifícios residenciais. Salvador não compra muito, mas precisa do shopping porque tem ar condicionado. Não tem o que fazer? Vamos tomar um fresquinho no shopping center!

sábado, 7 de março de 2009

Carnival revival


Sempre achei algo mágico ver os músicos da Orquestra Imperial juntos. Chega a ser covardia tanta gente de talento com um único objetivo: levar o samba carioca para onde ele quiser chegar - ou quiser ser recebido. Se você, que concorda comigo, quer ter esse sentimento maximizado, assista a um show desses amigos.
E que apresentação deliciosa! A minha grata surpresa começou quando, logo na introdução, fizeram um instrumental "bossaxé" de Stairway to heaven. Foi lindo poder ouvir o respeito que a Orquestra tem pelo Led Zeppelin; e a veia clássica do rock também correu para outros lados: lá para o meio da apresentação, tocaram parte de Iron Man, do Black Sabath.
Depois dessa surpresa, Moreno, Amarante e companhia começaram os trabalhos com a lindíssima Sem Compromisso, seguida (em port-pourri) de Obssessão. Passearam muito bem pelo repertório do álbum, e ainda tocaram uma música de Cartola (que não lembro o nome) e a clássica Eu bebo sim, com direito a Amarante (já no ponto!) mudando o refrão para "eu fumo sim, estou dizendo, tem gente que não fuma e está morrendo...". O hermano estava impossível ontem. Chegou a subir no bumbo da bateria para ficar pulando. Por que? O refrão explica. Coitado do rodie. Ele é ,sempre, o que mais sofre.
Quem curte gafieira, não tem como não adorar o show da Orquestra Imperial. E por falar em gafieira, esse foi um dos dois problemas de ontem. Um anfiteatro acaba com qualquer possibilidade de dança a dois, par com par, bem como pede esse tipo de samba. Da próxima vez, em espaço plano para bailarmos, por favor.
Ah, sim, o outro erro do show foi Márcio Mello, cantor, compositor e cara de maior estilo Charlie Brown Jr da Bahia, não só pelo vestuário. Ele tocou Esnoba, música que tornou-se famosa com a Moinho. E olha só que coisa, acabei de descobrir que essa música é dele. Bem que desconfiei! Antes de escrever essa última frase, achei bom certificar-me disso. Fato é que Márcio Mello deve ficar em casa compondo, só isso. Ele estragou sua própria canção, como pode? E eu tenho autoridade para falar mal dele, porque já vi show. Ele é uma mistura de Charlie Brown Jr com O Surto (de pirar o cabeção, lembra?) e coisas do gênero. Constrangedor. Quando acabou, acho que sentiu-se um pouco fora de contexto e resolveu mandar um samba de Vinícuis (e que samba! O da Bênção) com sua guitarra. Perdeu uma ótima oportunidade de dar meia volta e sair do palco.
Mas voltemos à Orquestra. Nem teve chorare, mas foi tudo lindo: a execução, o clima (coisa mais linda Moreno dançando com Thalma...), o público no espírito, os músicos, as músicas... Poderia ver um show desse toda semana.
E pra não dizer que não falei das flores, vale lembrar a participação de Virgínia Rodrigues (nunca tão pouco apocalíptica) e o show de abertura do evento, com Gerônimo. Jamais sairia do aconchego do meu lar para ver Gerônimo. É aquela coisa, se você vai para um evento ver outra coisa, e ele estiver lá fazendo um som, fiquei, veja. Mas uma coisa é certa: preferiria muito mais duas horas de abertura com dj Sompeba. Esse cara manja muito de carnival revival. Ele já tocou no Baile Esquema Novo, lembro de ter aprovado desde então.
O próximo show são só expectativas. São Paulo, 22 de março, Chácara do Jóquei Club...

domingo, 1 de março de 2009

-O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que incluirá no orçamento fiscal de 2010 o corte de subsídios agrícolas para os produtores que ganham mais de US$500 mil por ano. Essa medida pode ser benéfica para países como o Brasil, que têm como uma das principais bases econômicas a agricultura para exportação.

-Obama também anunciou que vai retirar, até 2010, parte das tropas americanas que ocupam o Iraque, um efetivo que beira os 90 mil homens. Essa sim foi uma excelente notícia. Os Estados Unidos gastaram cerca de US$1 trilhão para manter essa guerra estúpida. Seja lá qual for o motivo dessa acertada atitude - econômico, humanístico - é algo que nos deixa satisfeitos. Só não sei até quando.

-Dica de site: http://www.marcosbagno.com.br/ . Vale a pena procurar entender a idéia desse linguista e professor da UnB. Preconceito linguístico (assim como o musical) existem e reforçam estruturas culturais lamentáveis.

-Alguém, por favor, avisa ao Márcio Garcia que ele não pode ser ator! Mandem-no tomar o Caminho de volta para o Brasil e retornar a apresentar aquele programa de relacionamentos (?) na Record que é melhor. Hoje, se não me engano, o semanal é apresentado por Rodrigo Faro, que é muito mais ator que Garcia. Pura vergonha alheia.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Foi tudo mais verdadeiro

Mais uma vez, venho tirar a poeira deste blog para fazer o balanço sobre o que pude apreciar do Carnaval. Dizem que o ano só começa depois desta que é a maior festa popular brasileira. Sendo assim, é hora de começar - efetivamente - a pôr em prática todas aquelas promessas feitas à beira da praia, no reveillon. Mas o motivo do post é o Carnaval, então vamos a ele.


Devo dizer, para começar, que o governo (apesar dos incansáveis pesares), está de parabéns. Injetou diversidade na festa como nunca. Através da Secretaria de Cultura (Secult) e Fundação Cultural (Funceb), o folião alternativo teve o seu espaço, podendo relembrar antigos hits com o trio elétrico Anos 80, ouvir rock na avenida com Cascadura e Lobão e ter o grande prazer de testemunhar a volta dos Novos Baianos. A falta de divulgação foi comprovada pelo pouco público que acompanhou alguns desses trios. A violência, no entanto, continua aquela de sempre (12 homicídios no final de semana da festa). As brigas se perpetuaram por tudo o percurso. O Fantasmão que o diga.


Sobre a mesmice musical, a gente pode passar. Nunca vi tanto coorporativismo quanto de quem trabalha para o axé. Bandas tocam músicas de outros artistas, ditos "parceiros". São canções fadadas a virarem hit do Carnaval 2009. Dalila, por exemplo, foi tocada em frente ao Farol da Barra por quase todos os trios que por ali passavam. Ano que vem será uma música de Chiclete com Banana ou Asa de Águia o hit. Não há novidade.

A minha experiência com o Carnaval foi pequena, mas suficiente para tirar algumas conclusões. Na quinta-feira, Os Mascarados deu início à folia do público que não é a fim de buscar Dalila. Tirando a tal da "corda filosófica", que torna o espaço dentro do bloco mais insuportável do que fora dele, ocorreu tudo na mais perfeita irreverência e diversão. A sexta foi dia de descansar em casa para enfim, no sábado, rever os Novos Baianos. Depois de uma forte chuva no início do show, que fez o som parar por cerca de vinte minutos, Baby, Paulinho Boca e Pepeu puxaram o trio com um repertório delicioso, relembrando antigos sucessos da banda, além da clássica "Chame gente". O público fora mais qualitativo que quantitativo o que, por um lado, não é ruim, já que garantiu a boa vibração que marcou a volta dos Baianos. O domingo foi dia de revê-los, agora no circuito Dodô. No início da tarde, eles já estavam lá, agora com mais público, firmes e fortes , trazendo alegria aos fiéis fãs da boa e velha música baiana. Foi nessa ocasião que surgiu a polêmica matéria de Edson Rossi, repórter do portal Terra. Segundo Rossi, o pouco público (para ele, cerca de cem pessoas) foi indicativo de que "o tempo, para os Novos Baianos, já passou", em um texto carregado de preconceito e desconhecimento. O repórter ainda disse que nem foi preciso cordas para separar "a massa" do "público que paga 800 reais por um abadá". Mal sabe ele o princípio de um bloco alternativo. Prefiro passar por cima dos erros desse texto, porque o jornalista não sabia sobre o que estava escrevendo. Mas ele não foi de todo infeliz. Quando diz que "eles [os Novos Baianos] foram ignorados pela turba que costuma curtir ivetes, danielas, psiricos e tataus do Carnaval de Salvador", ele ressalta a pouca importância que foi dada a esse evento histórico que foi a volta do grupo. É de se indignar que haja tão pouca valorização, refletida no pouco público que foi prestigiar. Os Novos Baianos nos dão esse presente, e é assim que retribuimos... Mas como já disse, a qualidade do pessoal que acompanhou o trio acabou por superar essa "falta", sobretudo em Ondina, quando foliões sentaram em frente ao trio, impedindo que este saisse da avenida. Eles queriam mais. Todos queriam mais. E tiveram, no dia seguinte, no Campo Grande, seu pedido atendido. É impossível querer que haja mais gente em um trio independente do que em um Me Abraça ou Cerveja e Cia, mas estamos evoluindo. A quantidade de ótimos trios independentes foi absurda. Gastar dinheiro com abadá é bobagem.

Na segunda, o plano era ir ver Baby e os caras, mais uma vez, ou então seguir o Foguetão - trio independente com Retrofoguetes, Érika Martins, Autoramas e outros. Por problemas de percursos, no final das contas, acabei ficando em casa. Na terça-feira, último dia de Carnaval, a idéia foi seguir um microtrio idealizado pelos músicos que fazem o Jam no Mam (Ivan Huol, Paulo Mutti, dentre outros). Ótima idéia! Além de dançar ao som de um excelente repertório para carnaval, pude ouvir Armandinho tocando (brincando...) Chame gente e Brasileirinho, e Chico César caindo na farra com a galera.

Quando paramos em frente ao camarote-estúdio da Band, alguém da produção dizia que estávamos ao vivo, e pedia animação, braços para cima, coisa e tal. O Carnaval tem essa coisa de exigir uma alegria de quem está presente; muitas vezes, um alegria meio forçada, sobretudo nos blocos de "gente bonita" do axé. Mas, dessa vez, eu não precisei de muito esforço para me animar. Foi tudo mais verdadeiro.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

E viva a antropologia!

Acabei de voltar do Festival de Verão. Como sonhei com esse momento! Apesar de ter que estar de pé daqui a poucas horas, não posso deixar de registrar minhas incansáveis críticas.

Esse evento, para começar, não cabe mais no Parque de Exposições. Salvador não tem espaço para abrigar um festival desse porte. Fora que é um evento para a Rede Globo: tomaram metade da já apertada pista para colocar os equipamentos da emissora que vai levar a “mistura de ritmos” para o Brasil inteiro. Inúmeras aspas não conseguiriam denunciar a ironia dessa expressão.

Mas falar mal do Festival de Verão é tão piegas... Vou falar apenas da minha experiência pessoal.

Logo na entrada, senti que a noite não seria das melhores. Sobre o público, prefiro não tecer maiores comentários, para não parecer preconceituosa. Mas confesso que minha paciência com pré-adolescentes, projetos de playboy e afins não é grande. Como os mineiros eram os turistas, decidiam tudo. É claro que fomos correndo tentar pegar o show do Jota Quest. Que sorte! Ainda nem tinha começado... Sorte? (rsrs) Eu não desejo um show do JQ para ninguém! Você que quer o meu mal, você... não te desejo estar na pista ao som de “Do seu lado” ou “Só hoje” jamais! Mas tudo bem, ao agüentei Jota Quest. Estava rindo dos tipos e comportamentos. Adoro essas experiências antropológicas. Soube que a próxima atração seria Ivete Sangalo. Ah, é claro que eu precisava fugir. Preferia ficar sozinha naquele ermo, mas em outro local, outro palco, qualquer coisa, a ver show dessa, cof, cantora. Fui sozinha, então, para a Arena Maurício de Nassau, antigo Palco Tendências, que estava sob o comando de Alexandre Timbó, Marrom e Wanda Chase, três figuras que super ajudam e circulam no meio alternativo. Tudo a ver. Pois bem, o Cascadura estava acabando de dar uma entrevista e pronto para entrar no palco. Pude ver o show inteiro, até gostei, mas estava sozinha. Tá, com certeza foi melhor do que estar “de galera” no show da outra, mas ficar só em Festival é triste. A sensação de estar verdadeiramente abandonado e sem ter onde pedir socorro é bem maior. Quando acabou o show dos caras, vi-me obrigada a voltar para encontrar a mineirada. Ana Carolina ainda estava no palco, ao invés de Ivete. Poderia ser pior. “Porra, me fodi, vou ter que esperar mais um monte pra ir embora!”. Eu estava tão puta da vida que nem curti quando ela tocou “Cabide”, “Uma louca tempestade” e, confesso, “Elevador”. Definitivamente, esse show não é pra Festival de Verão. Mas aposto que ainda voltará muitas vezes, porque a pista estava lotada, o que não é legal. Acabando a sua apresentação, voltei correndo para a “Concha do Festival”. Vocês não sabem o quanto que ri quando disseram que ali tinha estrutura e clima desse ótimo espaço do TCA. Pois bem, lá estavam, no palco, a banda O Círculo e Matisyahu*. Essa idéia ficou na minha cabeça até que Pedro Ponde o apresentou como Lirinha, vocalista da Cordel do Fogo Encantado. O show acabou, a Cordel respondeu às perguntas do público... Pouco tempo depois do show ter começado (as entrevistas eram sempre seguidas diretamente do show), meu tio veio me salvar. Disse que estávamos de partida. Foi o melhor momento da noite. Essa banda do Matisyahu, eu até respeito, mas agüentar é fogo, dose pra leão mesmo.

Tudo isso sem contar com o cheiro de Fenagro (é, aquele mesmo). Alanis merece, apesar de estar decadente. Não posso perder a oportunidade de ver show dela. Dificilmente terei outra oportunidade. Mas não gostaria de passar por tudo isso de novo. Acho bom que ninguém me apareça com um esquema melhor para o sábado à noite...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O que vem por aí...

Quando as aulas voltarem, espero que elas tragam o meu pique para escrever junto de volta.
Sobre a cobertura da nova situação política dos Estados Unidos, com Barack Obama à frente do país, tenho apenas uma coisa a dizer: muito cuidado com Veja. Quando o primeiro presidente negro ainda era uma mera possibilidade, a esperança tomava conta das matérias, muitas com tom de apoio. Agora já começam a surgir os primeiros pitacos, as críticas... Bem, a retirada gradual das tropas norte-americanas do Iraque e um desejo de maior diálogo com o Brasil são indícios de que estramos, de fato, em uma nova era política. E meios de comunicação reacionários não gostam de avanço. Toda cautela é pouca: com Veja, com Obama...
Para não dizer que não falei de flores, uma boa notícia. Tá, ainda não é fato, mas é esperança: depois que Flora Gil resolveu tirar o excelente Expresso 2222 do carnaval baiano, o governo prometeu fazer uma substituição à altura. Para mim, caso seja concretizado, será até melhor. Estou falando da possibilidade dos Novos Baianos assumirem um trio elétrico por dois dias - quinta, na Avenida, e domingo, no circuito Barra/Ondina. Fala-se apenas da participação de Paulinho Boca, Baby e Pepeu. Se alguém conseguisse convencer Moraes Moreira de que o carnaval baiano o respeita e o deseja fazendo folia aqui, seria ótimo. Mas tudo ainda é especulação. Vamos aguardar ansiosos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A vida até parece uma festa





- É punk? O que é que é isso?


-Não, isso é Sonífera Ilha.

Excelente o filme que documenta a carreira dos Titãs. Foi o primeiro longa do diretor Oscar Rodrigues Alves, que é famoso pelos clipes das músicas Isso e Epitáfio, da mesma banda, além de outros do Skank, Djavan, Cidade Negra, etc. Vale lembrar que Branco Melo também dirige esse trabalho; em verdade, a concepção da idéia é sua, o Oscar esteve ali para equilibrar o olhar pacional do titã.


Tento, agora, também fazer uso desse equilíbrio. Estou me segurando para não dizer que o filme foi do caralho. Ali, na primeira fila, fiz uma viagem no tempo e logo acendi aquela luz titânica que ainda está dentro de mim. Essa banda foi, por muito tempo, a minha predileta. Não é mais, mas por ter conhecido a fundo sua história, mantenho o respeito por aqueles caras. E, agora, pelo Oscar, que se revelou um ótimo cineasta.

As imagens captadas por Branco em 27 anos de estrada foram escolhidas, editadas e transformadas em um filme biográfico diferente. Segundo Oscar, a idéia era fazer um longa meio louco, mas que contasse uma trajetória. Apesar de parecer um pouco repetitivo, o resultado final é muito bom. Essa é a avaliação de uma ex-fã da banda, atual admiradora de sua história.


Os dois diretores começaram a pensar na idéia em 2002, assim que trabalharam juntos no videoclipe de Epitáfio. Tiveram tempo para fazer as coisas com calma e sem pressão. Foi bom, o filme pareceu bastante pessoal, intimista e nada forçado. São mostradas as fragilidades dos integrantes. Creio que isso poderia ser mais forte, ficaria muito mais diferenciado do que se entende, hoje, por "documentário musical". Mas é compreensível, eles não se sabotariam de maneira tão explícita e o sonho deve ser mantido vivo, se é que vocês me entendem.

Vamos falar dos Titãs agora. A melhor banda da geração rock dos anos 1980, sem dúvida. Vendo e ouvindo aquele estrondo na tela do cinema, fica comprovado que melodias do verdadeiro rock, além do espírito de uma banda do estilo, são a marca dos caras. Até 1996, mais ou menos, isso se manteve. Então veio o Acústico MTV, o As Dez Mais... E hoje essa banda - licença jornalística para o termo - foda, está entregue ao ostracismo pop, que condena bons grupos nacionais de longa data, e aos ensaios de axé aqui na Bahia.


Não importa. Nada vai apagar o que os caras fizeram pelo rock nacional e por si próprios. Nada pode tirá-los do hall de melhores bandas do país. Quem condena os Titãs, saibam, são aqueles que não têm o menor conhecimento sobre o passado dos caras. São aqueles que acham que a banda começou quando lançou um disco pela MTV e colocou uma música em novela.

Fora que, até hoje, os Titãs são certeiros no palco. O último show que vi foi daquela turnê junto com os Paralamas, em comemoração aos 25 anos das duas bandas (algum cálculo está errado, por esse show foi ano passado). Poderia ver aquela apresentação mil vezes. Cantaria e gritaria com força todos aqueles hits. Longa vida, não, mas... Viva os Titãs!






Essa foto foi roubada do blog da Mostra Cine Brasil de Salvador. Foi graças a ela que pude conferir, antecipadamente, essa bela amostragem da carreira titânica. No final de janeiro o filme Titãs - A vida até parece uma festa entra no Circuito Sala de Arte. Não precisa dizer que vale muito a pena conferir. Como Branco falou hoje, é difícil definir o longa, porque é para rir, chorar, se emocionar e, claro, cantar.


A programação da Mostra, que termina na próxima quinta-feira, está no link acima.







sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

NAVE

Mais uma vez, propaganda da festa Nave. Só acrescento uma coisa: se eu ganhar um estágio em breve, nunca mais concorro a ingresso para festa nenhuma da Boomerangue. Estágio remunerado, né, por favor!

Serviço:Nave – Temporada de Novos DJs[Rock – Pop – Indie – Britpop – Mashup]

DJs:el Cabong / Albarn / titamüller / Curto Circuito DJ Projectrickstarla / gatoroxo / Grazie / Meron

10/01/2009 23h R$ 15 (sem consumação obrigatória)

Boomerangue (Rua da Paciência, 307 – Rio Vermelho)Telefone: (71) 3334-5577

Classificação: 18 anos

Contato: festanave@gmail.com

Noite dos mestres

“Ah, que coisa mais linda, mais cheia de graça...”. Começou bem, pensei. Logo depois, o quarteto toca “Corcovado”. Não poderia ser mais feliz naquele momento. Em seguida, veio a linda “Só tinha de ser com você” quando, na segunda parte, entrou a estrela da noite, com sua barriga de anos de chopp nos clubes de esquinas e uma voz impecável, como sempre. Foi assim o início do show que esperei por tanto tempo: Milton Nascimento e Jobim Trio. Nesse primeiro momento do show, pude perceber o quão espetacular é aquele trio que saúda o mestre. Daniel Jobim, o neto do homem, apesar de cantar mal, toca piano divinamente; mal de família? Essa introdução, com os grandes hits da bossa nova, conquistou-me de cara. Eles foram certeiros.
Então entra Milton, com sua doçura, dando mais leveza à bossa nova. E como se não bastasse me seduzir com Tom Jobim, ainda me compraram com Caymmi. Todo artista que quer conquistar o público baiano faz isso. Acho ótimo, acho justo. Nada mais digno que prestar homenagem ao nosso mestre.
O show não poderia ter sido melhor. Nada dessa história de que Milton é “chato” cantando bossa nova. Precisavam ouví-los interpretando “Chega de Saudade”. Uma marcante introdução de piano de Daniel, uma dança e um grave de Milton, um conjunto maravilhoso. Devo ressaltar, também, a competência de Paulo Jobim (filho do homem), ao violão, e Paulo Braga, na bateria.
Eu estava mais que feliz. Não queria mais nada. Mas eles queriam. E tocaram, já no final da apresentação, alguns hits do Clube da Esquina. Lembraram de “Nuvens Ciganas” e “Cais”, que está no “Novas Bossas”, álbum lançado pela celebrar esse grande encontro, dentre outras.
Finalizaram com “Samba do Avião”. No bis, o repeteco de “Chega de Saudade” e “Nos Bailes da Vida”. Faltou “Travessia” e, cá pra mim, “Um girassol da cor do seu cabelo”. Mas não vou reclamar, não. Impossível ter sido melhor. Para fechar a noite com chave de ouro, vi o ex-ministro da cultura bem de perto. Aquele, sabe? Passou perto e olhou nos meus olhos. Noite dos mestres.
[Até tirei fotos, mas não pude descarregá-las ainda]

domingo, 4 de janeiro de 2009

Com vocês, Ryan Adams



A primeira descoberta musical do ano chama-se Ryan Adams. Na verdade, já o conhecia, mas era limitada à poucos singles. Esse country rocker, singer and writer começou bem cedo na música. Abandonou a escola e montou uma banda. Criou várias delas, por sinal. A mais famosa, The Cardinals, acompanha-o em shows e alguns dos discos de Ryan. O mais recente, Cardinolody, lançado em outubro de 2008, é um bom exemplo dessa parceria.
Seu primeiro trabalho solo, Heartbreaker, saiu em 2000, mas somente em 2001, com o álbum Gold, que Ryan obteve maior alcance como artista. A canção New York, New York virou hit, sobretudo por embalar campanhas na época dos atentados às torres gêmeas do World Trade Center. Devido ao grande sucesso do disco, foi indicado em várias categorias do Grammy daquele ano, incluindo Melhor Álbum de Rock e Melhor Cantor de Rock.
A música de Ryan Adams é uma ótima síntese do rock com o country, estilo típico no norte da América. O cantor bebe nessa fonte desde cedo, sendo influenciado por artistas como Gram Parsons. O punk, a cada disco mais atenuado no seu som, também faz parte da formação musical desse country-rocker guy.
Ryan Adams faz por merecer o respeito que tem. Sua música é simples, crua, direta, mas cheia de charme e competência. Quando atreveu-se a fazer um cover de Wonderwall, do Oasis, foi elogiado até pelo chato Noel Gallagher (o que não quer dizer muita coisa, já que suas opiniões são medidas pelo impacto midiático que elas causarão...).
A culpa desse meu atual vício por Ryan chama-se Wish you were here, presente no álbum "Rock'n'roll", o melhor dele.
Fonte: Billboard e Wikipedia.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009, o assunto principal

Na calada de um certa noite, palamentares da bancada baiana de vereadores aprovaram o aumento de salário do prefeito João Henrique. Do mesmo [sórdido] modo, município e setor de transporte urbano efetivam o aumentos das passagens de ônibus em Salvador. Os injustos R$2,00 já foram substituídos pelos R$2,20, representando um acréscimo de 10%. Transporte de qualidade é um direito do cidadão, portanto, os elevados preços são imorais. Agora, se pensarmos nas condições em que andam os ônibus nessa cidade, o caso vira piada. Ter que tirar do bolso dois reais e vinte centavos para deslocar-se em transportes depredados, sujos e que fazem rotas bizarras (culpa, também, da má-estruturação da cidade) é, no mínimo, de doer.
[...]
Mas 2009 não começou somente com notícias ruins (pelo menos para mim). Acabei de descobrir que Rafinha Bastos, repórter do programa Custe o Que Custar (CQC), estará de volta, em todos os sábados de março, com o espetáculo "A Arte do Insulto". Estarei em São Paulo, de 19 a 23 de março , para assistir ao show do Radiohead, que será em um domingo. Darei um jeito, mas não posso perder essa peça. Confesso que sou fã dos caras do CQC de graça. Já tive boa impressão do programa antes mesmo de vê-lo, só por saber que era comandado por Marcelo Tas, um dos melhores blogueiros que acompanho. Só falta agora o B52's remarcar sua apresentação na capital paulista para o mesmo final de semana. Seria demais pra mim.
E já que falei em rapazes do CQC (não é a primeira vez que toco nesse assunto aqui), está confirmada para os dias 9 e 10 de janeiro a discotecagem de Rafael Cortez, no Groove Bar. Sei que ele é ator, músico e jornalista. Os dois últimos adjetivos talvez possam assegurar um set, no mínimo, razoável. Será uma ótima oportunidade para eu conhecer a casa.
Um excelente 2009 para todos nós.