terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que é ética?
Ela existe?
Qual é o seu limite?
Ela tem limite?


Só para eu não esquecer de refletir.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Carrasco ou herói?

O balanço sobre a renúncia do ex-comandante de Cuba Fidel Castro pode ser positivo ou negativo, a depender do aspecto analisado.
Positivo porque representa o fim de quase meio século de ditadura. Tomemos esta palavra com o seu sentido mais cruel e imaginemos quantas vidas foram violentadas ou simplesmente acabadas para que o comunismo permanecesse sólido e intacto. Os valores dessa doutrina condizem com fraternidade e igualdade, ausentes em países que adotam este ou o socialismo como sistema político; a idéia de que a consciência popular é vulnerável e , pela democracia, tenderia a se entregar ao capitalismo faz com que governos tomem as rédeas da situação, adotando regimes ditatoriais. Vamos lembrar, também, da miséria generalizada que ilha. Os baixos salários - o mínimo, por exemplo, é de 19 dólares - existem à medida em que quase todos os bens ficam com o governo que, teoricamente, deveria convertê-los para a população em forma de boas condições de vida. Cuba, no entanto, é o único país oficialmente comunista do ocidente, e sofre bloqueio econômico de diversos países, sobretudo do mais rico deles, os Estados Unidos. Em um mundo impulsionado por relações comerciais e regido pelas leis de mercado, não há país que ande bem de forma isolada, praticamente como uma comunidade auto-sustentável. O comércio de Cuba com o resto do mundo é insuficiente para fazê-lo crescer e desenvolver-se como precisa - apesar de os últimos índices de crescimento serem relativamente altos, em torno dos 10 por cento ao ano.
Por outro lado, a saída de Fidel Castro do comando cubano representa uma grande perda para a esquerda mundial. O seu exemplo de luta, desde a revolução de 59, encanta pela sua coragem em desafiar o poderil imperialista e construir uma nação, apesar dos significativos defeitos, "igualitária"(as aspas são referente à impossibilidade de haver uma nação de fato igualitária no mundo de hoje, principalmente quando não há democracia). O seu ideal de sociedade, aliado à grande força política transformou Cuba, durante os últimos 49 anos, em um país-modelo em termos de educação e saúde: lá, o índice de analfabetismo é quase nulo e todos têm direito à medicina de qualidade. Os cubanos também são incentivados na área dos esportes, o que se reflete no bom desempenho dos atletas em competições à nível mundial. À contragosto, "El Comandante" conseguiu moldar um país singular.
Na última terça, dia 18, Cuba perdeu seu carrasco e herói. Para assumir o posto de Fidel, já foi confirmado o nome de Raúl Castro, seu irmão. O novo presidente já anunciou que pretende eliminar algumas burocracias, aumentando o clima de otimismo em relação a uma modernização econômica e social de Cuba. A abertura política pode estender as relações internacionais, melhorar as condições de vida do povo e, ao mesmo tempo, destruir tudo aquilo que foi construído durante anos. O desafio do novo líder é equacionar as antigas conquistas com as novas vitórias. É o início de uma nova era, assim esperamos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Pacto Colonial

Em evento pela comemoração do bicentenário da Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira do Brasil, esteve presente, além do prefeito, governador, reitor da UFBA e outras autoridades, a esposa do também presente presidente da Faculdade de Medicina de Coimbra, Francesca Castro de Souza. Em entrevista ao jornal A Tarde, ela disse que estava feliz em ver a grandiosidade do que foi deixado por seus antepassados e que era importante "continuar a desenvolver o nosso patrimônio". Ela está perdida no tempo e no espaço.


É para rir ou chorar?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cartões e debate político

A recente polêmica sobre o udo dos cartões corporativos por membros do governo reacende a já gasta, porém pertinente, discussão sobre a mal uso do dinheiro público. Neste caso, parece-nos que, aparentemente por vias legais, os nossos representantes fazem compras pessoais e gastos indevidos com a verba que deveria servir de suporte ao exercício das funções executivas e legislativas. Mais uma vez, como era de se esperar, a mídia bombardeia o governo Lula, veiculando excesso de informações que não vão dar em nada - à exemplo da CPI e das suposições sobre o governo FHC - e deixando camuflado o real debate sobre a corrupção brasileira, aquele que aponta causas e culmina em soluções.
A pauta veio à tona quando a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, foi acusada de usar indevidamente os referidos cartões. Se for mesmo verdade, que ela foi corrupta, isto todos sabem, mas há outros fatos a serem analisados. Matilde é peixe pequeno em mar de tubarões ferozes, ou seja, há gente muito mais fraudulenta que ela naquele governo. Gente que rouba muito mais e não é investigada, e quando é, mesmo comprovado crime, permanece inabalada no meio político.
O que mais indigna é saber que toda essa maré vai morrer na praia (ou até antes dela). Deputados e senadores serão convocados para presidir sessões da CPI, vão ganhar cifras e notoriedade por isso, mas e a sociedade? Bem, ela vai continuar do jeito que está, saturada de debate político vazio, alienada aos problemas que mancham o Brasil. Só nos resta esperar o próximo escândalo do circo do Lula. Apostas?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Esta é a hora


Não consigo ficar muito tempo sem escrever. Acho-me estranha quando isso acontece. Mas ultimamente a vida tem estado mais leve, sem tantos problemas aparentes... Certamente tudo está do mesmo jeito, mas o modo como enxergamos a vida é que reflete o nosso estado de espírito; agora ele está no melhor momento.



Todos sabem que escrever na melancolia é muito mais fácil. É propício, afinal, se você está feliz, para quê vai perder tempo escrevendo? Vai é viver, que não há nada melhor.



Acabamos de sair do carnaval. Belo carnaval. A violência, os furtos, as prisões e todo o lado negro da festa teve saldo reduzido este ano. A explicação é simples: com a pulverização da festa, os circuitos estão mais vazios e , consequentemente, mais "tranquilos".



Estou tendendo a falar bem deste carnaval porque curti. Foi uma festa diversificada, teve atração para todos os gostos e festa para todos os bolsos. Mas é claro que não podemos nos esquecer do caráter segregador do carnaval, da "forçada" alegria de uma classe dominante que tripudia sobre a massa espremida no pequeno espaço que os blocos deixam na avenida. Parece uma baboseira de lunático esquerdista, mas o leitor sabe que é a pior e mais pura verdade. Pior porque não está diante dos olhos...



Ironicamente, os melhores blocos foram os sem-corda. O Expresso 2222 de Gilberto Gil sempre traz atrações dignas de um carnaval de qualidade, como Jorge Benjor e Lulu Santos este ano. Margareth Menezes e Daniela Mercury, cantoras respeitadas nos diversos segmentos sociais, também saem sem corda. E para quem gosta de reviver antigos carnavais, Armandinho e Luis Caldas dão uma força, e de graça. Pena que para quem gosta do axé do Asa de Águia, Chilete com Banana ou Ivete Sangalo, só resta desembolsar cifras exorbitantes que acabam culminando - pela força do preço - em total alegria.



Tudo isso sem falar dos carnavais que rolaram no Pelourinho e no Rio Vermelho(sobretudo na festa de Yemanjá). Mas estes eu passo adiante já que não tenho autoridade suficiente para discorrer...



Esta é a hora que o ano começa. Feliz 2008 á todos!