quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

E viva a antropologia!

Acabei de voltar do Festival de Verão. Como sonhei com esse momento! Apesar de ter que estar de pé daqui a poucas horas, não posso deixar de registrar minhas incansáveis críticas.

Esse evento, para começar, não cabe mais no Parque de Exposições. Salvador não tem espaço para abrigar um festival desse porte. Fora que é um evento para a Rede Globo: tomaram metade da já apertada pista para colocar os equipamentos da emissora que vai levar a “mistura de ritmos” para o Brasil inteiro. Inúmeras aspas não conseguiriam denunciar a ironia dessa expressão.

Mas falar mal do Festival de Verão é tão piegas... Vou falar apenas da minha experiência pessoal.

Logo na entrada, senti que a noite não seria das melhores. Sobre o público, prefiro não tecer maiores comentários, para não parecer preconceituosa. Mas confesso que minha paciência com pré-adolescentes, projetos de playboy e afins não é grande. Como os mineiros eram os turistas, decidiam tudo. É claro que fomos correndo tentar pegar o show do Jota Quest. Que sorte! Ainda nem tinha começado... Sorte? (rsrs) Eu não desejo um show do JQ para ninguém! Você que quer o meu mal, você... não te desejo estar na pista ao som de “Do seu lado” ou “Só hoje” jamais! Mas tudo bem, ao agüentei Jota Quest. Estava rindo dos tipos e comportamentos. Adoro essas experiências antropológicas. Soube que a próxima atração seria Ivete Sangalo. Ah, é claro que eu precisava fugir. Preferia ficar sozinha naquele ermo, mas em outro local, outro palco, qualquer coisa, a ver show dessa, cof, cantora. Fui sozinha, então, para a Arena Maurício de Nassau, antigo Palco Tendências, que estava sob o comando de Alexandre Timbó, Marrom e Wanda Chase, três figuras que super ajudam e circulam no meio alternativo. Tudo a ver. Pois bem, o Cascadura estava acabando de dar uma entrevista e pronto para entrar no palco. Pude ver o show inteiro, até gostei, mas estava sozinha. Tá, com certeza foi melhor do que estar “de galera” no show da outra, mas ficar só em Festival é triste. A sensação de estar verdadeiramente abandonado e sem ter onde pedir socorro é bem maior. Quando acabou o show dos caras, vi-me obrigada a voltar para encontrar a mineirada. Ana Carolina ainda estava no palco, ao invés de Ivete. Poderia ser pior. “Porra, me fodi, vou ter que esperar mais um monte pra ir embora!”. Eu estava tão puta da vida que nem curti quando ela tocou “Cabide”, “Uma louca tempestade” e, confesso, “Elevador”. Definitivamente, esse show não é pra Festival de Verão. Mas aposto que ainda voltará muitas vezes, porque a pista estava lotada, o que não é legal. Acabando a sua apresentação, voltei correndo para a “Concha do Festival”. Vocês não sabem o quanto que ri quando disseram que ali tinha estrutura e clima desse ótimo espaço do TCA. Pois bem, lá estavam, no palco, a banda O Círculo e Matisyahu*. Essa idéia ficou na minha cabeça até que Pedro Ponde o apresentou como Lirinha, vocalista da Cordel do Fogo Encantado. O show acabou, a Cordel respondeu às perguntas do público... Pouco tempo depois do show ter começado (as entrevistas eram sempre seguidas diretamente do show), meu tio veio me salvar. Disse que estávamos de partida. Foi o melhor momento da noite. Essa banda do Matisyahu, eu até respeito, mas agüentar é fogo, dose pra leão mesmo.

Tudo isso sem contar com o cheiro de Fenagro (é, aquele mesmo). Alanis merece, apesar de estar decadente. Não posso perder a oportunidade de ver show dela. Dificilmente terei outra oportunidade. Mas não gostaria de passar por tudo isso de novo. Acho bom que ninguém me apareça com um esquema melhor para o sábado à noite...

Um comentário:

Gilvan Reis. disse...

Você gosta da coisa, viu?
Eu bem que avisei!