terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A vida até parece uma festa





- É punk? O que é que é isso?


-Não, isso é Sonífera Ilha.

Excelente o filme que documenta a carreira dos Titãs. Foi o primeiro longa do diretor Oscar Rodrigues Alves, que é famoso pelos clipes das músicas Isso e Epitáfio, da mesma banda, além de outros do Skank, Djavan, Cidade Negra, etc. Vale lembrar que Branco Melo também dirige esse trabalho; em verdade, a concepção da idéia é sua, o Oscar esteve ali para equilibrar o olhar pacional do titã.


Tento, agora, também fazer uso desse equilíbrio. Estou me segurando para não dizer que o filme foi do caralho. Ali, na primeira fila, fiz uma viagem no tempo e logo acendi aquela luz titânica que ainda está dentro de mim. Essa banda foi, por muito tempo, a minha predileta. Não é mais, mas por ter conhecido a fundo sua história, mantenho o respeito por aqueles caras. E, agora, pelo Oscar, que se revelou um ótimo cineasta.

As imagens captadas por Branco em 27 anos de estrada foram escolhidas, editadas e transformadas em um filme biográfico diferente. Segundo Oscar, a idéia era fazer um longa meio louco, mas que contasse uma trajetória. Apesar de parecer um pouco repetitivo, o resultado final é muito bom. Essa é a avaliação de uma ex-fã da banda, atual admiradora de sua história.


Os dois diretores começaram a pensar na idéia em 2002, assim que trabalharam juntos no videoclipe de Epitáfio. Tiveram tempo para fazer as coisas com calma e sem pressão. Foi bom, o filme pareceu bastante pessoal, intimista e nada forçado. São mostradas as fragilidades dos integrantes. Creio que isso poderia ser mais forte, ficaria muito mais diferenciado do que se entende, hoje, por "documentário musical". Mas é compreensível, eles não se sabotariam de maneira tão explícita e o sonho deve ser mantido vivo, se é que vocês me entendem.

Vamos falar dos Titãs agora. A melhor banda da geração rock dos anos 1980, sem dúvida. Vendo e ouvindo aquele estrondo na tela do cinema, fica comprovado que melodias do verdadeiro rock, além do espírito de uma banda do estilo, são a marca dos caras. Até 1996, mais ou menos, isso se manteve. Então veio o Acústico MTV, o As Dez Mais... E hoje essa banda - licença jornalística para o termo - foda, está entregue ao ostracismo pop, que condena bons grupos nacionais de longa data, e aos ensaios de axé aqui na Bahia.


Não importa. Nada vai apagar o que os caras fizeram pelo rock nacional e por si próprios. Nada pode tirá-los do hall de melhores bandas do país. Quem condena os Titãs, saibam, são aqueles que não têm o menor conhecimento sobre o passado dos caras. São aqueles que acham que a banda começou quando lançou um disco pela MTV e colocou uma música em novela.

Fora que, até hoje, os Titãs são certeiros no palco. O último show que vi foi daquela turnê junto com os Paralamas, em comemoração aos 25 anos das duas bandas (algum cálculo está errado, por esse show foi ano passado). Poderia ver aquela apresentação mil vezes. Cantaria e gritaria com força todos aqueles hits. Longa vida, não, mas... Viva os Titãs!






Essa foto foi roubada do blog da Mostra Cine Brasil de Salvador. Foi graças a ela que pude conferir, antecipadamente, essa bela amostragem da carreira titânica. No final de janeiro o filme Titãs - A vida até parece uma festa entra no Circuito Sala de Arte. Não precisa dizer que vale muito a pena conferir. Como Branco falou hoje, é difícil definir o longa, porque é para rir, chorar, se emocionar e, claro, cantar.


A programação da Mostra, que termina na próxima quinta-feira, está no link acima.







Nenhum comentário: