segunda-feira, 24 de novembro de 2008


"Music makes the people come together, yeah"


Por ainda permanecer um pensamento social arcaico, parece estranho ver Mallu Magalhães e Marcelo Camelo juntos. A diferença de 14 anos não é nenhum impedimento para qualquer relacionamento. Eu tenho uma teoria sobre o assunto. Para mim, todo o amadurecimento do ser humano acontece até os 21, 22 anos, em média. Depois disso, a pessoa pode até mudar de personalidade, tornar-se mais séria ou divertida; mais madura, não. Logo, relação entre um pessoa que já completou esse ciclo e outra que ainda está no processo pode não dar certo. Um romance entre um homem de 80 anos e uma mulher de 27 pode dar muito mais certo que um entre uma de 16 com outro de 30.

Mas deixa lá, esse blog não é uma oficina de anti-jornalismo inútil, a formar futuros profissionais para a Caras, Contigo e Quem Acontece.

Só espero que esse namoro traga bons frutos, como o amadurecimento musical de Mallu, que é o que realmente interessa ao público. É hora de pensar que estilo não é tudo na vida de um artista e que a cantora ainda tem muito o que crescer, em todos os sentidos. Mas Mallu está no caminho certo. O público e os críticos é que devem colocar os pés no chão. Se depender de Camelo, podemos esperar uma grande musicista para o futuro.

domingo, 23 de novembro de 2008

Inacreditável


Quem achava graça quando a expressão Chinese Democracy entrava nas rodas de conversa, vai ter que mudar a piada. O tão esperado álbum de inéditas do Guns N' Roses, banda que conta somente com o vocalista Axl Rose de sua formação original, finalmente foi disponibilizado no Myspace do grupo. O disco começou a ser gravado em 1997, mas só em 2002 foi anunciada a estréia, dando início a uma série de adiamentos que só tiveram fim hoje, 23 de novembro de 2008, com o lançamento oficial da aguardada democracia chinesa.

O mal que ataca bandas clássicas que tentam voltar, com sucesso, depois de anos de recesso, parece não ter atingido o Guns. Depois do retorno triunfal do AC/DC, com o seu excelente Black Ice, o Guns provou que, guardadas as devidas proporções, ainda consegue fazer um bom trabalho.

Nada compensa os aparentemente intermináveis anos de espera, mas a sonoridade do Chinese Democracy surpreende por ser moderno e, ao mesmo tempo, não deixar de ser o bom e velho Guns N' Roses. Em alguns momentos, como nas ótimas Better e Shackler's Revenge, parece estarmos ouvindo um disco de new metal. Mas, se persarmos bem, o que seria a junção do hard rock feito pelo grupo nos anos 90, aliado à modernidade do rock da nova geração? É isso aí que estamos ouvindo. Vale lembrar que o timbre vocal do vocalista continua intocável.

Os saudosistas da antiga sonoridade da banda não vão parar de ouvir a música que dá nome ao disco, além de Scraped e da balada Street of Dreams.

Fica aqui a dica para quem está a fim de escutar um bom disco de rock, com a referência de uma grande banda do estilo. Agora é sonhar com uma possível turnê por essas bandas.
[A música Better é, de fato, viciante. Tem todo o potencial para virar hit].

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O verão em Salvador promete ser mais do que ensaios de bandas de axé. Antes mesmo do seu auge, eventos culturais de teatro, música, dança e artes em geral têm movimentado a cidade, sobretudo a região que abrange o Pelourinho. Ações como essas, além de fomentarem a cena cultural da cidade, ajudam a diminuir os efeitos da degradação sociocultural pela qual passa o nosso velho Pelô. Bater palmas para a Funceb, talvez, não seja grande exagero.

Amanhã, no largo Pedro Arcanjo, vai acontecer um dos shows mais esperados por quem acompanha a cena musical alternativa. Móveis Colonias de Acajú (Brasília), Vanguart (MT) e a anfitriã Cascadura estão prontas para fazer a alegria do público, que há muito esperava por esse dia.

No outro final de semana, dia 29, quem não quiser (ou puder) ver a turnê do excelente cd Banda Larga Cordel, do (ainda bem) ex-ministro Gilberto Gil, poderá passar no mesmo local para conferir o show da Mallu Magalhães, que ainda contará com a participação da baiana Matiz.

Amanhã, aconselho que cheguem cedo ao local, pois a procura será grande. Os ingressos começam a ser vendidos três horas antes do show, marcado para as 20 horas, e custaram R$ 2 (inteira) e R$1 (meia).

São três grande bandas. Admiro o som absurdo feito pela Móveis Colonias e Vanguart. Muitos podem achar que a Cascadura é musicalmente inferior às duas primeiras, mas nada substitui um show desses caras. É sempre muito bom, com ótimo hits de rock em sequência.

Segue o clipe de Ele, o super-herói, do melhor disco do Casca, o Bogary:


http://www.youtube.com/watch?v=eG8vnPdB1pM

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hope? Progress?


De certo, ontem foi um dia histórico para o mundo. Afinal, não é todo dia que se elege um negro, filho de queniana e com nome muçulmano para a presidência do país mais importante do planeta, os Estados Unidos da América. Barack Obama, desde o início da campanha eleitoral, representou a esperança de estadunidenses em desespero com a péssima gestão política e econômica de George W. Bush (por sinal, alguém sabe onde ele está?) e de estrangeiros, que esperam um novo tipo de comportamento relacionado à política internacional dessa nação.

Mas a cautela nunca é demais, e os nossos pés devem continuar onde estão, no chão. Como comparação, vale relembrar o momento da eleição de um operário semi-analfabeto para a presidência do Brasil. É memorável que, à época, chegaram a comparar Luiz Inácio Lula da Silva com o revolucionário argentino Che Guevara, pelo alto poder de transformação social que creditaram nele. Até hoje espera-se a tão falada "revolução lulista"...

Pois bem, voltemos à Osama. Opa, desculpa, quer dizer, Obama. Uma letrinha só acaba por me confundir. E por falar em terrorista, espera-se que o novo presidente dos Estados Unidos tire as tropas do Oriente Médio. Ele prometeu que fará isso aos poucos, ao contrário de McCain, candidato republicano tecnicamente derrotado, que tenderia a manter a estratégia militar adotada por Bushinho. Mas tudo depende da situação por lá. Não podemos esquecer que, antes de negro, democrata ou qualquer coisa que remeta à "qualidades", Obama é o líder estadunidense, e tem o compromisso de defender os interesses do seu povo. A questão é que, historicamente, essa postura tem sido tomada de maneira bárbada e injusta. A esperança, nesse caso, é que haja menos selvageria e loucura.

Lula, entre as dezenas de personalidades que comentaram a vitória de Obama, disse que espera um posicionamento favorável do democrata em relação à América Latina. O programa de governo do eleito, no entanto, deixa o biocombustível brasileiro em maus lençóis, já que foi prometido total apoio aos agricultores de lá de cima para plantarem o milho que dá origem ao álcool.


É claro que não se pode ignorar a importância da eleição de Barack Obama. "Sua vitória representa um momento de superação histórica para os Estados Unidos", disse o presidente brasileiro, em faz enviado à Obama. De fato, os EUA deram um passo à frente em termos políticos. Isso pode ser bom - ou não - para o resto do mundo. É mais correto pensarmos que estamos diante de uma caixinha de surpresas, ao invés de comemorar.

Por sinal, comemorar o quê mesmo? A vitória de um presidente estadunidense? Se é verdade que sua gestão pode refletir beneficamente em outros países - sobretudo os do Oriente Médio - é verdade também que estamos falando de um governo que é, historicamente, o carrasco mundial. Portanto, a comemoração só deve ter início quando os reflexos dessa mudança forem sentidos aqui, no Brasil. Somos brasileiros, lembram? Logo, não importa se os norte-americanos estão bem, o que vale são os nossos interesses. Queremos evolução, sim, queremos mudança. Mas queremos, sobretudo, fazer parte de tudo isso.


Hope? Progress? It doesn't matter if it's not in Brazil...








segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Onipresença política

Se não fosse a pauta sobre temakerias e um trabalho de sociologia, eu assistiria à corrida de Fórmula 1 até com certa empolgação. Quando eu era pequena, não perdia uma, o que é perfeitamente explicável, já que Airton Senna estava na pista.

Hoje poderia ser uma dia de comemorações para os brasileiros. Não sei se tenho conhecimento prévio para falar isto, mas Felipe Massa já é o novo Senna; e poderia ser por completo caso não dependesse de outros pilotos. Por fim, o Obama das pistas venceu da maneira mais vergonhosa.

Não sei vocês, mas eu acredito na influência de questões políticas em esportes. Quem acompanha futebol por Juca Kfouri e já leu muita literatura de esquerda tende a ser assim. A política está em tudo, creiam. Por exemplo, quem lembra de quando Rubens Barrichello foi obrigado pela Ferrari a deixar o seu companheiro de equipe passar na frente? Ok, ok, eu sei que foi porque Schumacher tinha chances de vencer o campeonato e dependia também daquele resultado mas, por que isso não poderia acontecer por questões políticas? Lembre que a coisa mais comum no futebol é a manipulação de resultados, sobretudo em favorecimento dos times do sudeste; ou será que ninguém ouviu falar da máfia de juízes do futebol brasileiro? Imagina se um time “periférico” vai ser campeão sobre um time de uma pequena parte da sociedade que comanda todo o resto do país...Da mesma forma que o piloto (que não sei o nome) pode ter amarelado no último minuto e deixado o Hamilton passar, ele pode também ter recebidos certas ordens de sua equipe. São todas possibilidades. Fico aqui pensando no que é politicamente melhor: um inglês ou um brasileiro ser campeão mundial...


Pois bem, é isso que o esquerdismo faz com a gente... Mas espero continuar sendo assim, com a desconfiança no seu nível máximo.