sábado, 13 de dezembro de 2008

E eles não devolveram o Bahia




Futebol, para mim, sempre foi um campo minado, metáfora explicada não só pelo meu leve desconhecimento sobre o assunto como também pelo perigo político que ele pode representar. Mas quando este se envolve com a política, sinto-me mais segura para falar alguma coisa. Da mesma forma que donos de empresas de comunicação não deveriam ser parlamentares, membros de diretorias futebolísticas também não.


Mas vamos ao que interessa. Marcelo Guimarães Filho*, deputado federal e cria do corrupto Marcelo Guimarães, ex-presidente do Esporte Clube Bahia, foi eleito o novo presidente do clube. Se da eleição participassem os torcedores, Marcelinho (como é chamado) não assumiria o posto. Nada melhor, para a corja, do que excluir o povo do processo político. É assim que se dá o continuísmo da corrupção e da politicagem em qualquer instância.


Coitados dos torcedores da Bahia. Ainda terão que engolir Paulo Carneiro. Digo "engolir" porque esse lobo transvestido de lã era da diretoria do Vitória (clube rival do tricolor) e não aprontou poucas por lá. Não esperam nenhum tipo de mudança, renovação ou melhora.


É por isso que futebol é, acima de tudo, perda de tempo. Paixão ? Tudo bem, mas paixão é algo que nos tem que dar orgulho, não? E nenhum torcedor baiano está em condições de estar apaixonado. Futebol é sinônimo de desavença, corrupção e, mais recentemente, morte. Posso estar sendo chata demais por levantar a bandeira anti-futebol, mas é que aproveito o meu desapreço por esse esporte para fazer as devidas críticas. Mas existem lá suas vantagens. Futebol é válvula de escape para os brasileiros. É uma ótima maneira de controle social através da cultura.


* Marcelinho, em outros tempos, foi coringa político de Antônio Carlos Magalhães, que precisava derrotar o seu então inimigo político, Benito Gama. Recebeu todo o apoio do ex-coronel baiano para sair vitorioso, e assim o fez.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quem elege no Bahia é um grupo de conselheiros em geral escolhidos pelo grupo que dirige o clube há 30 anos, havendo casos de cara de pau extrema em que até mulher, primos, filhos são colocados como conselheiros pra garantir ainda mais força. Toda hora falam que o Ministério Público está investigando essas e outras irregularidades e nada é feito, então as esperanças são poucas. Sair por vontade própria, eles não vão, o Bahia já desceu pra terceira divisão e eles não saíram. Acho que isso é inédito em qualquer clube do país - descer da primeira pra terceira e manter a diretoria.

Tinha que comentar, né? hehehehe

Gilvan Reis. disse...

Se tem uma coisa que a humanidade poderia passar sem é esse grande futebol. Uma besteira a menos para ocupar as mentes quase vazias. É, por isso, que fico surpreso de ver airthon e alexandre nessa paixão pelo futebol.