No mundo de hoje as pessoas confundem ignorância com espontaneidade...
...
Há tempos que não escuto algo tanto procede. Precisamos rever os nossos conceitos. Ou nem isso nós não temos mais?
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Algumas pequenas notas
* Parece que não é dessa vez que veremos um show integral dos Tribalistas. Há poucos dias do evento, Carlinhos Brown avisou que não será um apresentação do pseudo-grupo formado em 2002, e sim uma pequena participação dos seus amigos Arnaldo Antunes e Marisa Monte - coisa de duas, três músicas. Uma pena.
* E quem não decepcionou o seu público foi o Lenine. Muito pelo contrário, agraciou o TCA lotado com um show vigoroso e certeiro. Achei justo quando lhe apelidaram de "o cientista da música": Lenine pesquisa, descobre e experimenta ritmos os mais diversos, que se refletem na sua música tipicamente brasileira da nova geração. Isto sem falar do seu excelente talento para cantar, compor, tocar e, por que não, dançar, através de uma ótima performance de palco. Ele já ganhou vários prêmios - incluindo quatro Grammys. Este músico pode não estar no gosto mais popular, mas correu por fora e já colocou a sua estrela no céu da música brasileira.
Ouça: "Alzira e a Torre" e "O homem dos olhos de raio X".
Veja: "Jack Soul Brasileiro" :
domingo, 13 de janeiro de 2008
Aquela Resposta
“Aquela Resposta”
Vou de poeta em poeta
E o que acho não é claro
São palavras destoantes
Sentidos inversos
Em versos, sonetos e idéias submersas
No submundo mais que conhecido
E agora já tão fosco
Culpa do meu pensar universal
Penso em cada vez
Por minha vez
Procuro o tempo perfeito
E o que acho não é certo
São rascunhos do futuro
Previsões infames
E agora já tão tarde
Vejo a vida passando muda, lenta, sórdida!
O que almejo
Aquela resposta
Grita por mim, pede socorro
Está bem perto
Sinto teu cheiro
E agora já, o toque
Me abraça, diz tudo ao pé do ouvido
Me guia...e me surpreende!
A resposta, agora, mora aqui dentro
Viva e sem força como nunca
Nunca...
Nunca hei de realizá-la
Os olhos estão do lado de fora...
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Ela
Ela não é de se jogar fora. Acha um absurdo a existência de lugares destinados a receber os restos da humanidade. Faz de sua vida, então, um retalho de partes inacabadas. Partes de tudo. Partes que ainda serviriam. De todos os amores em vão, de todas as oportunidades deixadas para trás... de tudo ficou o resto, um pouco, o bastante para se recomeçar ou, de outra maneira, começar de novo. Vive só, o que facilita o envolvimento em loucuras da mente, perda de tempo, a vida a esperar e ela ali, a costurar remendos daquilo que aos outros já não passam de lixo. Isso mesmo, é gari. Errados são aqueles que pensam não haver lirismo neste posto. Ele está coberto por tudo o que está ali amontoado. E foi cavando como se procurasse vida que ela construiu tudo, desde a linda mobília do seu barraco até o último amor. Mas como, ela não é sozinha, no sentido amplo da palavra? Já ouviu falar de gente que vive da mente? É incrível o modo como transforma sua imaginação em sonhos de realidade. Adora pegar o saco de lixo da porta da república, há tanta história para se roubar. Certo dia pegou o álbum de um casal que acabara de se separar. A seqüência de fotos era uma linda história, imagina só, tudo detalhado, desde a apresentação no dia do aniversário de Carol até a despedida no aeroporto; naquele dia a garota (agora, veja só, ela) partiria. De quando em vez há livros e apostilas da universidade. Pega tudo e arruma por ordem de tamanho. Ao sentar na cama, parada e, admirada – muito mais que o normal pois não sabia ler – começa a “viagem”: “aquele eu li logo que entrei no curso de direito, aquele outro foi presente do meu terceiro namorado, tão bom aquele, o escritor é o meu favorito”. Nada lhe escapa; fosse até uma caixa de pizza, tudo que pode acumular vira base para suas histórias: sua vida, reciclável. A sua independência dá-lhe possibilidade de passar boa parte do dia, quando não trabalha, a organizar sua existência, o que iria para a memória, o que seria vivido e esquecido... Mas que bela roteirista!
Por toda a sua vida – sim, porque viver é sonhar – esteve dependente daquilo que os outros erroneamente descartavam. Ela, com uma inteligência quase que instintiva, realizou a grande besteira que faziam os outros em jogar provas de suas memórias no lixo, descartando possíveis ciclos que certamente culminariam em encontros, aprendizados, coisas boas e ruins, todo aquilo que lhes enche a vida. A sua é tão repleta de coisas, ela tem tudo dentro do seu mundo. Falta-lhe apenas uma mão estranha. Mas ela é só, é só ela, toda ela. Está tudo tão perfeito, para quê mudar? E assim sempre fecha os olhos às oito, acordando às cinco e , no meio tempo, vivendo anos.
Por toda a sua vida – sim, porque viver é sonhar – esteve dependente daquilo que os outros erroneamente descartavam. Ela, com uma inteligência quase que instintiva, realizou a grande besteira que faziam os outros em jogar provas de suas memórias no lixo, descartando possíveis ciclos que certamente culminariam em encontros, aprendizados, coisas boas e ruins, todo aquilo que lhes enche a vida. A sua é tão repleta de coisas, ela tem tudo dentro do seu mundo. Falta-lhe apenas uma mão estranha. Mas ela é só, é só ela, toda ela. Está tudo tão perfeito, para quê mudar? E assim sempre fecha os olhos às oito, acordando às cinco e , no meio tempo, vivendo anos.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Um pouco de crítica não faz mal a ninguém
Queria entender "qualédemerma" dos Tribalistas. Três amigos e cabeças da música brasileira - Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown - resolvem se reunir em um projeto bastante singular, no qual foram impressas as pernonalidades de cada um; o resultado foi um disco incomparável.
Muitos ainda se perguntam o que eles realmente queriam com isto. Os mais românticos dizem que foi tudo pela música e amizade; os realistas, por uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Eu aposto na união do útil com o agradável. Guardadas as devidas proporções, Brown entrou com o seu talento de músico, Arnaldo com o seu de letrista e Marisa com a sua popularidade. O conjunto dessa obra rendeu discos vendidos na casa dos milhões. Bingo! Os criticos chegaram a apostar no surgimento de um novo movimento musical. Rita Lee comparou-os com a sua própria "revolução cultural" ao lado dos Mutantes, inclusive sobre as críticas que ambos sofreram. Nada mal para aquilo que nesceu, supostamente, como uma brincadeira. Agora ninguém mais pode tirar o mérito desses três grandes artistas que uniram forças para fazer um dos melhores e mais bem sucedidos projetos da música nacional.
Mas vocês devem estar se perguntando: por que estaria eu, a essa altura do campeonato, depois de tanto tempo após o sucesso do grupo, falando deles? Bem, acreditem se quiser, os Tribalistas vão fazer um show. E em Salvador!
Nessa hora a empolgação pelo evento é priorizada em detrimento da minha decepção. Entendam o motivo.
À época da turnê, enquanto todos os brasileiros estavam eufóricos com o tribalismo, ansiosos à espera do grupo que cantaria a música mais tocada nas rádios, aquela que estava na novela, que embalou seus romances...eles anunciaram que não fariam show. A tristeza for geral. Pouco tempo depois, estavam excursionando pela europa e, se não me engano, Estados Unidos também. Que é isso? Falta de respeito com o público que lhes deu sucesso? Sim, porque falta de oportunidades para shows não devem ter faltado. Até hoje essa questão é uma grande interrogação na minha cabeça, que voltou à tona com o anúncio deste show aqui na capital baiana.
É o que eu sempre digo. O Brasil é um país atrasado, sobretudo a Bahia, olha quando a turnê do disco "Tribalistas" vai chegar aqui! Será que a gente não deve reclamar nada?
Um pouco de crítica não faz mal a ninguém...
Para relembrar, uma das melhores músicas do disco, "Carnavália":
Muitos ainda se perguntam o que eles realmente queriam com isto. Os mais românticos dizem que foi tudo pela música e amizade; os realistas, por uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Eu aposto na união do útil com o agradável. Guardadas as devidas proporções, Brown entrou com o seu talento de músico, Arnaldo com o seu de letrista e Marisa com a sua popularidade. O conjunto dessa obra rendeu discos vendidos na casa dos milhões. Bingo! Os criticos chegaram a apostar no surgimento de um novo movimento musical. Rita Lee comparou-os com a sua própria "revolução cultural" ao lado dos Mutantes, inclusive sobre as críticas que ambos sofreram. Nada mal para aquilo que nesceu, supostamente, como uma brincadeira. Agora ninguém mais pode tirar o mérito desses três grandes artistas que uniram forças para fazer um dos melhores e mais bem sucedidos projetos da música nacional.
Mas vocês devem estar se perguntando: por que estaria eu, a essa altura do campeonato, depois de tanto tempo após o sucesso do grupo, falando deles? Bem, acreditem se quiser, os Tribalistas vão fazer um show. E em Salvador!
Nessa hora a empolgação pelo evento é priorizada em detrimento da minha decepção. Entendam o motivo.
À época da turnê, enquanto todos os brasileiros estavam eufóricos com o tribalismo, ansiosos à espera do grupo que cantaria a música mais tocada nas rádios, aquela que estava na novela, que embalou seus romances...eles anunciaram que não fariam show. A tristeza for geral. Pouco tempo depois, estavam excursionando pela europa e, se não me engano, Estados Unidos também. Que é isso? Falta de respeito com o público que lhes deu sucesso? Sim, porque falta de oportunidades para shows não devem ter faltado. Até hoje essa questão é uma grande interrogação na minha cabeça, que voltou à tona com o anúncio deste show aqui na capital baiana.
É o que eu sempre digo. O Brasil é um país atrasado, sobretudo a Bahia, olha quando a turnê do disco "Tribalistas" vai chegar aqui! Será que a gente não deve reclamar nada?
Um pouco de crítica não faz mal a ninguém...
Para relembrar, uma das melhores músicas do disco, "Carnavália":
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