Sempre achei algo mágico ver os músicos da Orquestra Imperial juntos. Chega a ser covardia tanta gente de talento com um único objetivo: levar o samba carioca para onde ele quiser chegar - ou quiser ser recebido. Se você, que concorda comigo, quer ter esse sentimento maximizado, assista a um show desses amigos.
E que apresentação deliciosa! A minha grata surpresa começou quando, logo na introdução, fizeram um instrumental "bossaxé" de Stairway to heaven. Foi lindo poder ouvir o respeito que a Orquestra tem pelo Led Zeppelin; e a veia clássica do rock também correu para outros lados: lá para o meio da apresentação, tocaram parte de Iron Man, do Black Sabath.
Depois dessa surpresa, Moreno, Amarante e companhia começaram os trabalhos com a lindíssima Sem Compromisso, seguida (em port-pourri) de Obssessão. Passearam muito bem pelo repertório do álbum, e ainda tocaram uma música de Cartola (que não lembro o nome) e a clássica Eu bebo sim, com direito a Amarante (já no ponto!) mudando o refrão para "eu fumo sim, estou dizendo, tem gente que não fuma e está morrendo...". O hermano estava impossível ontem. Chegou a subir no bumbo da bateria para ficar pulando. Por que? O refrão explica. Coitado do rodie. Ele é ,sempre, o que mais sofre.
Quem curte gafieira, não tem como não adorar o show da Orquestra Imperial. E por falar em gafieira, esse foi um dos dois problemas de ontem. Um anfiteatro acaba com qualquer possibilidade de dança a dois, par com par, bem como pede esse tipo de samba. Da próxima vez, em espaço plano para bailarmos, por favor.
Ah, sim, o outro erro do show foi Márcio Mello, cantor, compositor e cara de maior estilo Charlie Brown Jr da Bahia, não só pelo vestuário. Ele tocou Esnoba, música que tornou-se famosa com a Moinho. E olha só que coisa, acabei de descobrir que essa música é dele. Bem que desconfiei! Antes de escrever essa última frase, achei bom certificar-me disso. Fato é que Márcio Mello deve ficar em casa compondo, só isso. Ele estragou sua própria canção, como pode? E eu tenho autoridade para falar mal dele, porque já vi show. Ele é uma mistura de Charlie Brown Jr com O Surto (de pirar o cabeção, lembra?) e coisas do gênero. Constrangedor. Quando acabou, acho que sentiu-se um pouco fora de contexto e resolveu mandar um samba de Vinícuis (e que samba! O da Bênção) com sua guitarra. Perdeu uma ótima oportunidade de dar meia volta e sair do palco.
Mas voltemos à Orquestra. Nem teve chorare, mas foi tudo lindo: a execução, o clima (coisa mais linda Moreno dançando com Thalma...), o público no espírito, os músicos, as músicas... Poderia ver um show desse toda semana.
E pra não dizer que não falei das flores, vale lembrar a participação de Virgínia Rodrigues (nunca tão pouco apocalíptica) e o show de abertura do evento, com Gerônimo. Jamais sairia do aconchego do meu lar para ver Gerônimo. É aquela coisa, se você vai para um evento ver outra coisa, e ele estiver lá fazendo um som, fiquei, veja. Mas uma coisa é certa: preferiria muito mais duas horas de abertura com dj Sompeba. Esse cara manja muito de carnival revival. Ele já tocou no Baile Esquema Novo, lembro de ter aprovado desde então.
O próximo show são só expectativas. São Paulo, 22 de março, Chácara do Jóquei Club...
2 comentários:
Gostei do show deles. Ainda que, novamente, a fórmula show com show de abertura na concha não funcione. Fica cansativo e dá vontade de sentar no meio do show principal. E detalhe, que Amarante fez a mesma coisa em sp (a conferir no utube). ou seja: era tudo uma farsa programada.
Nunca assisti um show deles, na verdade nunca nem ouvi música... já tinha ouvido falar.
Pois é, Reny... orkut pode até mais prós que contras, mas enchi um pouco o saco! rsrs desde 2004 naquilo... entrando e saindo, mas sempre lá! kkkk
Gostei de saber que vc tem blog, vou visitar com frequencia!
Beijos
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