Para começar, o texto anterior está muito ruim. Não tenho vergonha de assumir as minhas falhas. Percebi falta de coerência, coisa normal, se você vai escrevendo um texto por partes.

O aprendizado é a melhor parte da experiência.

Ainda não sou profissional, mas já aprendi algumas lições sobre o ofício jornalístico. Importante: sempre escreva a sua matéria logo que chegar da apuração do evento. Claro que, para o jornalista já em atividade, isso fica subentendido na rotina, pois há um curto dead line( tempo limite para entrega dos trabalhos) a ser cumprido. Eu, que ainda não o tenho, deixei para escrever dois dias depois. Grande erro.

Depois posto essa matéria, que fiz em conjunto com Fernanda, minha colega de faculdade.

Por que falam mal do Brasil

Falam mal do Brasil, primeiro, porque é dada margem para tal. Pois, ao longo dos séculos, construímos uma história marcada por feridas que jamais fizemos questão de reparar. Porque sabemos que as mentiras inventadas por terceiros, por aqui, têm um fundo de verdade. Verdade essa que pode ser questionada, logo que parte da nossa história é uma farsa, e é por isso, também, que falam mal do Brasil. Expandindo o pensamento de Otávio Mangabeira, se pensarmos em um absurdo, encontraremos precedentes no Brasil.
Nenhuma imagem social é rapidamente moldada. Ela é resultado de uma caracterização feita dia-após-dia. A formação do povo brasileiro denota pistas sobre sua faceta: quem seria ele? O bravo índio que, até o fim, luta por seu ideal ou o cacique que entrega sua tribo em troca de quinquilharias? O negro escravizado que trabalha arduamente para levantar impérios? O branco que dita regras e impõe culturas? Nós, brasileiros, somos tudo isso e muito mais; somos únicos, fruto de uma miscigenação sem igual, que carrega na sua receita pitadas de coragem, medo, força, orgulho, honestidade e aquele velho “jeitinho”. O nosso maior pecado, contudo, é permitir que estrangeiros falseiem o perfil nacional e ditem as regras do jogo, reforçando o clientelismo brasileiro histórico. Os críticos não perdoam.
Nesse contexto, a descrença na força própria foi determinante. Foram desperdiçados 508 anos de possível soberania. O que aqui não falta é potencial natural e social para alicerçar uma grande nação. A política, que é a serventia da casa, logo foi dominada por não-brasileiros que, à coerência com o título, negam o verdadeiro povo e, com o poder nas mãos, inviabilizam todos os sonhos. Impuseram uma mentalidade subserviente que, através da alienação, limita qualquer crítica e incita o comodismo; uma perigosa visão de cabresto.
Em meio a tantos defeitos, alguns se perguntam onde está a voz da população para gritar por socorro. Esse grito foi reprimido cruelmente. Não só por leis injustas, por governos sutis ou transparentemente ditatoriais mas, sobretudo, pelo roubo do maior bem que um povo pode ter: sua educação. A instrução de qualidade, desde o início, foi limitada à elite, cabendo às classes médias e baixas se contentarem com uma educação deficitária, que não proporciona nenhum tipo de reflexão ou crítica e que restringe a capacidade de efetiva participação política da maioria.
Como até falar mal dos outros cansa, em pelo menos alguns aspectos parece que há motivos para elogios. O Brasil é positivamente lembrado por ser uma nação festiva, culturalmente rica, exportadora de música popular e nascedouro de campeões do esporte. Neste caso, a crítica vem de casa. Muitos – e com razão- incomodam-se com esta fama brasileira. Se é bem verdade que um dos bens mais valiosos de um país é sua cultura, é também válido dizer que ela não se sustenta sozinha, sem uma boa política e o mínimo de respeito; se estes valores não partem do interno, a ridicularização pelo externo pode ser esperada. No Brasil, há uma distância entre a imagem vendida e o verdadeiro quadro social; tal informação pode ser comprovada pelos recentes acontecimentos nos aeroportos espanhóis, onde brasileiros foram impedidos de entrarem no país e brutalmente tratados como “cachorros”. Todos sabem que não há aí nenhuma novidade; quem mora ou já foi ao exterior sabe que o preconceito com os brasileiros, principalmente na Europa, é algo extremamente comum.
Se falam mal do Brasil, isso denota que os estrangeiros se preocupam demais com o país, mais do que nós – alienados- próprios. Tomando conta do que é nosso, talvez obtenha-se mais respeito mundo afora.

Domingo eu quero ver o domingo acabar

Em seu último dominical, Faustão deu mais uma prova de que os anos não o transformaram em um apresentador digno de respeito.

Em entrevista com o participante negro eliminado do Big Brother, Felipe, levantou a hipótese sobre o racismo como culpado pela saída do rapaz da competição.

Entre tantas besteiras faladas, uma doeu nos tímpanos: conversando com os pais do ex-brother, disse que eles mereciam um troféu por conseguirem, em um país como o Brasil, dar uma boa vida a um jovem negro. Daí eu me pergunto aonde está a responsabilidade social de um programa como este, líder de audiência no horário. Parece que a perpetuação de um pensamento preconceituoso já é feita de uma forma natural, quase que imperceptível. Quase. Basta prestar um pouco mais de atenção ao discurso para entender a lógica mantenedora das ideologias que impregnam a socidade.

Por que os negros devem merecer prêmios por conseguirem ter uma vida digna? Isso por acaso deve ser algo excepcional?

Como já disseram os Titãs, "domingo eu quero ver o domingo passar, domingo eu quero ver o domingo acabar..."